sábado, 18 de junho de 2011

Ficha de leitura + elementos básicos da CV

FICHA DE LEITURA
DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 2 Ed. São Paulo. 1997.

Os mecanismos fisiológicos são automáticos no sistema nervoso, por isso o processo de ver requer pouca energia e esforço. Automaticamente recebemos informações de todas as maneiras, parecendo muito simples e natural, assim, a capacidade de ver e visualizar torna-se normal, e consequentemente não desenvolvida. “embora usada por nós com tanta naturalidade, a visão ainda não produziu sua civilização. A visão é veloz, de grande alcance, simultaneamente analítica e sintética. Requer tão pouca energia para funcionar, à velocidade da luz, que nos permite receber e conservar um número infinito de unidades de informação numa fração de segundos” (pg.06)
  Porém devemos sempre expandir a nossa capacidade de ver que significa conseguir ver e compreender uma mensagem visual, e conforme o autor, o que é ainda mais importante que é poder criar uma mensagem visual. “A visão envolve algo mais do que o mero fato de ver ou de que algo nos seja mostrado. É a parte integrante do processo de comunicação, que abrange todas as considerações relativas às belas-artes, às artes aplicadas, à expressão subjetiva e à resposta a um objetivo funcional.” (pg.13)
  Nós aprendemos a assimilar a informação visual de muitas maneiras e, para isto a nossa percepção é muito importante para o processo visual.
  “Qualquer acontecimento visual é uma forma com conteúdo, mas o conteúdo é extremamente influenciado pela importância das partes constituídas, como a cor, o tom, a textura, a dimensão, a proporção e suas relações compositivas com o significado” (pg.22)
  “O elemento mais importante e necessário da experiência visual é de natureza tonal” Os elementos visuais são revelados através da luz, ou da ausência dela. “o que a luz nos revela e oferece é a substância através da qual o homem configura e imagina aquilo que reconhece e identifica no meio ambiente, isto é, todos os outros elementos visuais: linha, cor, forma, direção, textura, escala, dimensão, movimento” (pg. 30-31)

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO VISUAL: Para analisar e compreender a estrutura total de uma linguagem visual é necessário compreender os elementos da comunicação visual. São estes:
·  O PONTO: Unidade visual mínima, mais simples e irredutível, servindo como marcador ou referência, o ponto tem sempre grande poder sobre o olho exercendo sobre esta grande atração visual. Muitos pontos juntos têm capacidade de ligarem-se e dirigir o olhar, intensifica-se essa capacidade aproximando os pontos. (pg.53-54)
·  A LINHA: A linha é quando os pontos estão próximos a si que não se pode identificá-los. Elemento fundamental da pré-visualização, tornando visível o que ainda não existe. Essencial para o desenho, capturando a informação visual importante e retirando o que é supérfluo. (pg.55-57)
·  A FORMA: “A linha descreve a forma”. Existem três formas básicas, que são: o quadrado, o círculo e o triangulo eqüilátero. Todas elas têm características específicas e significados atribuídos, sendo alguns deles:


As formas básicas expressam três direções básicas:
Círculo – Direção Curva. Está associada à abrangência e a repetição.
Quadrado – Direção horizontal e vertical. É a referência primária do homem em termos de bem estar e está relacionada ao seu próprio equilíbrio e também ao equilíbrio de todas as coisas construídas e desenhadas.
Triângulo – Direção diagonal. Está relacionada à ideia de instabilidade, e por ser mais instável e também mais provocador da percepção, seu significado torna-se ameaçador e perturbador.
·  TOM: Vemos graças à luz e está não é igual no ambiente, como também variam todos os objetos em relação à reflexão de luz em superfície. Vivemos em um mundo dimensional, e o tom, com suas gradações diferentes de claro e escuro, contrastando e reforçando-se mutuamente nos faz perceber nessa dimensão. Graças ao tom vemos o movimento súbito, a profundidade, à distancia, o valor tonal é outra maneira de descrever a luz, e é ao tom e somente a ele que vemos. O tom é muito usado nas artes gráficas nos desenhos de perspectiva principalmente com formas básicas, já que com o acréscimo de sombra que reforçamos a sensação de dimensão. (pg.61)
·  COR: “Enquanto o tom está associado a questões de sobrevivência, sendo portanto essencial para o organismo humano, a cor tem maiores afinidades com as emoções” (pg.64)  A cor na natureza nos serve para passar informações sobre o ambiente que nos cerca e todas as informações atribuímos significados. Está também associada a valores simbólicos, como por exemplo, vermelho significa amor, raiva, calor, perigo dentre outras.
A cor tem três dimensões que podem ser medidas e definidas. São estas:
Matiz ou croma: “é a cor em si, e existe um número superior a cem” cada uma tendo características individuais e compartilhando com grupos de cores efeitos comuns. Os três matizes primários são o amarelo, o vermelho e o azul. Cada uma possui qualidades fundamentais: o amarelo é mais próximo da luz e do calor; o vermelho é a mais ativa e emocional; o azul é passivo e suave. (pg.65)
Saturação: “a pureza relativa da cor, indo do matriz ao cinza”.  As cores saturadas são simples, explícitas e inequívocas, compondo-se dos tons primários e secundários, sendo que quanto mais saturada a coloração de um objeto mais expressão e emoção ele estará passando. As cores menos saturadas levam a neutralidade cromática, até ausência de cor, sendo sutis e repousantes. (pg.66)
Acromática: “é o brilho relativo, do claro ao escuro, das gradações tonais” Lembrando que a ausência de cor não muda o tom, ao tirarmos a cor de uma televisão seus valores tonais continuam os mesmos. (pg.66)
·  TEXTURA: É o elemento visual que substitui as qualidade de outro sentido, o tato. É possível que uma textura não apresente qualidades táteis apenas óticos, quando a textura é real, ótica e tátil, permite-se a mão e ao olho sensações individuais ainda que seu significado seja associado, o aspecto de lixa e a sensação da lixa são experiências diferentes, e em geral o julgamento do olho é confirmado pela da mão. (pg.70-71)
·  ESCALA: “Todos os elementos visuais são capazes de se modificar e se definir uns aos outros.” Uma mesma cor pode ser brilhante ou apagada, dependendo da cor que está atrás ou ao lado, como também determinado quadrado pode parecer grande em uma composição e pequeno na outra, em outras palavras o quando não existe sem o pequeno, existindo a escala pela comparação.
·  DIMENSÃO: A dimensão em formatos bidimensionais é uma ilusão. Ela existe no mundo real, podemos senti-la e vê-la, porém nas representações visuais como desenho, pintura, cinema, etc. Ela é apenas uma ilusão e o principal artifício para simulá-la é a perspectiva, cujos efeitos podem ser intensificados com a manipulação tonal através do claro e escuro. (pg.75)
·  MOVIMENTO: Enquanto tal só existe no cinema, na televisão, nos móbiles de Alexandre Calder, ou sem objetos visuais com componente de movimento, sendo que  mesmo no cinema esse movimento não é “real” já que ele acontece pelo efeito produzido em nosso olhos.  A sugestão de movimento numa movimentação estética para descrever tesões e ritmos compositivos nos dados visuais. (pg.81)

“A visão define o ato de ver em todas as suas ramificações.”(pg.85) Vemos tudo que acontece a nossa volta, nos detalhes, nas modificações. Aprendemos e assim conseguimos identificar todo a matéria visual que rege em nossa vida, para que desta forma possamos manter um contato visual mais competente com o mundo e as pessoas a nossa volta.
·  REALIDADE: A fotografia é um meio de representação da realidade visual. Ela representa com extrema perfeição tudo e todos que estão em nossa volta.
·  SIMBOLISMO: Um símbolo não pode apenas ser visto e reconhecido, mas sim lembrado e assim reproduzido. Não necessita de muita informação. Por exemplo: a forma do pássaro como um ramo de oliveira na boca, simboliza a paz, ou seja, não há extrema informação, porém a significação.
·  ABSTRAÇÃO: Quanto mais abstrato for o símbolo, maior será a sua capacidade de fixação na mente do público para educá-lo quanto ao seu significado.Porém, a abstração não necessita ter nenhuma ligação com o símbolo, já os símbolos tem significados apenas porque lhes é imposto.

CONTRASTE: É o mais importante para o controle da mensagem visual.
·  CONTRASTE E HARMONIA: As técnicas visuais são ordenadas em polaridades para melhor demonstrar a importância do contraste em todos os meios de expressão visual, todo significado existe no contexto dessas polaridades, afinal “seria possível entender o calor sem o frio, o alto sem o baixo, o doce sem o amargo?” (pg.107)
Embota nas técnicas a harmonia seja colocada como polaridade do contraste, as duas tem significados mais profundos no processo visual. Nosso organismo parece buscar harmonia com uma necessidade contínua de organizar estímulos.
·  PAPEL DO CONTRASTE NA VISÃO: Mesmo que nosso aparato fisiológico da visão seja perfeito numa obscuridade total somos cegos. A luz é a chave da nossa visão e como já foi explicada antes, ela é tonal, e este contraste de gradações de luz que nos faz ver.
·  CONTRASTE DE TOM: Quando numa composição quanto mais claro for o tom substitui ao negro for usado, a proporção de área usada por esse deve aumentar para criar um bom contraste tonal. (pg.124)
·  CONTRASTE DA COR: Depois do contraste do tom, o mais importante contraste é o da cor. É o quente-frio, que estabelece distinções entre quente dominado pelo vermelho e amarelo, e frio azul e verde. (pg.125)
·  CONTRASTE DA FOMA: Se o objetivo é atrair o olhar a forma regular, simples e resolvida é dominada pela forma irregular e imprevisível, ao serem justapostas elas intensificam suas qualidades. (pg.126)
·  CONTRASTE DE ESCALA: A distorção da escala pode chocar o olho ao manipular a força a proporção dos objetos e contradizer aquilo que esperamos ver. Quando usamos técnicas diferentes a força desse contraste é acentuada. (pg.127)

TÉCNICAS DA COMUNICAÇÃO VISUAL:
·  EQUILÍBRIO E INSTABILIDADE: “O equilíbrio é uma estratégia de design em que existe um centro de suspensão a meio caminho entre dois pesos. A instabilidade a ausência de equilíbrio e uma formulação visual extremamente inquietante e provocadora.” (pg.141)
·  SIMETRIA E ASSIMETRIA: O Equilibro pode ser achado numa composição de forma simétrica e assimétrica. Na simetria a formulação é totalmente resolvida e cada linha é repetida do outro lado. Na assimetria o equilíbrio é mais complicado já que requer ajuste de forças, sendo, porém mais interessante em sua variedade. (pg.142)
·  REGULARIDADE E IRREGULARIDADE:  A irregularidade é o favorecimento da uniformidade dos elementos e que possui uma ordem baseada em algum princípio invariável, seu oposto a irregularidade enfatiza o insólito sem ajustar-se a nenhum plano decifrável. (pg.143)
·  SIMPLICIDADE E COMPLEXIDADE:  A ordem contribui para a simplicidade como também composições  sem complicações ou elaborações secundárias. A complexidade é construída por inúmeras unidades e forças resultando num difícil processo de organização de significado. (pg.144)
·  UNIDADE E FRAGMENTAÇÃO: Na unidade a junção de muitos elementos deve harmonizar-se de modo tão completo que seja visto como única. A fragmentação é a decomposição dos elementos e unidades em partes separadas, relacionando-se entre si, mas mantendo caráter individual. (pg.145)
·  ECONOMIA E PROFUSÃO: A presença de unidades mínimas na comunicação visual é chamada economia. A profusão é carregada de detalhes que embelezam através da ornamentação. (pg.146)
·  MINIMIZAÇÃO E EXAGERO: A minimização é uma abordagem que procura tem do observador a máxima resposta a partir de elementos mínimos. O exagero como seu oposto é um relato profuso e extravagante ampliado e intensificado sua expressividade. (pg.147)
·  PREVISIBILIDADE E ESPONTANEIDADE: A previsibilidade sugere alguma ordem ou plano extremamente convencional, e de alguma forma deve ser capaz de prever com antemão como vai ser toda a mensagem visual. A espontaneidade é caracterizada por uma falta aparente de planejamento. (pg.148)
·  ATIVIDADE E ESTASE: A atividade deve refletir movimento, seu oposto o estase é uma forma de representação estática. (pg.149)
·  SUTILEZA E OUSADIA: A sutileza é uma técnica visual para representações hábeis e inventivas, mas que são extremamente delicadas. A ousadia é uma meio visual para se obter máxima visibilidade e deve ser usada com audácia e segurança. (pg.150)
·  NEUTRALIDADE E ÊNFASE: Um degin neutro por mais que seja menos provocador de uma manifestação visual às vezes pode ser o procedimento mais eficaz para se vencer o observador. A ênfase é onde se reforça apenas uma coisa contra um fundo de predominante uniformidade. (pg.151)
·  TRANSPARÊNCIA E OPACIDADE: a transparência envolve detalhes visuais onde o que fica atrás também é revelado aos olhos. Seu oposto é o bloqueio total, o ocultamento dos elementos visuais. (pg.152)
·  ESTABILIDADE E VARIAÇÃO: Estabilidade é uma abordagem com uma temática uniforme e coerente, enquanto na variação há diversidade e sortimento. (pg.153)
·  EXTRATIDÃO E DISTORÇÃO: A extratidão é o modelo do realismo nas artes visuais, e seu oposto a distorção adulterada deste realismo. (pg.154)
·  PLANURA E PROFUNDIDADE: São duas técnicas regidas pelo uso ou a ausência de perspectiva, podendo ser intensificadas com efeitos de luz e sombra. (pg.155)
·  SINGULARIDADE E JUSTAPOSIÇÃO: A singularidade é uma ênfase, onde se focaliza na composição um tema isolado e independente. A justaposição coloca duas sugestões lado a lado para ativar suas relações. (pg.156)
·  SEQUENCIALIDADE E ACASO: A primeira á uma representação que se dispõe numa ordem lógica que, em geral, segue um padrão rítmico. O acaso deve sugerir ausência de planejamento, desorganização intencional ou apresentação acidental da informação visual. (pg.157)
·  AGUDEZA E DIFUSÃO: A agudeza esta liga à clareza de expressão, sendo seu efeito final claro e fácil de interpretar. Seu oposto está ligado a difusão suave e preocupa-se menos com precisão e mais com uma atmosfera de sentimento. (pg.158)
·  REPETIÇÃO E EPISODICIDADE: A repetição corresponde às conexões visuais ininterruptas. A segunda indica desconexão ou pelo menos conexão muito mais frágil. (pg.159)

ARTES VISUAIS: Definem-se como:
·  ESCULTURA: É constituída com materiais sólidos e existem 3 dimensões. Na escultura, tem-se a forma e além de vista, pode ser tocada e compreendida (pg.189) “A perfeição de tais obras nos foge aos olhos, e só pode ser entendida se passarmos a mão pelos planos e curvas de mármore.” Lorenzo Ghiberti
·  ARQUITETURA: Tem característica de dimensões, mesma da escultura. Na arquitetura, a dimensão encerra um espaço cuja finalidade de proteger o homem contra os caprichos do meio ambiente (chuva, sol, vento...). À  medida que as culturas tornam-se mais desenvolvidas, a arquitetura passou a servir a atividade para o homem. Tem como elemento fundamental a linha. (pg.194-195)
·  PINTURA: O exemplo “belas artes” também refere-ser a pintura e aos quadros de parede. Atualmente existem métodos de pintura avançados, como a fotografia, por exemplo, que leva a imagem da realidade com extrema perfeição de pintura. (pg.197-198) Por isso o autor nos fala que: “A câmera tirou do artista a exclusividade de seu talento” (pg.200)
·  ILUSTRAÇÃO: O toque do ilustrador e a experiência do seu trabalho são de extremo fascínio. Em livros infantis e revistas, pode-se ver e admirar este trabalho talentoso. (pg.203)
·  DESIGN GRÁFICO: A partir do século XV, a industrialização do design gráfico iniciou. Desde então, as produções gráficas deixavam de ser manuais para serem produzidas em maior quantidade. Deixo de ser exclusividade, para assim qualquer pessoa controlar. (pg.205)
·  ARTESANATO: Ocupa um lugar esotérico em nossa sociedade. Tudo o que o artesão fabrica pode ser produzido pela máquina, mas é ele que dá a forma artística e específica. Antigamente era mais procurado devido à falta de industrialização. Atualmente o artesanato tornou-se uma raridade cara. (pg.210)
·  DESENHO INDUSTRIAL: O designer industrial se transformou no artesão dos tempos modernos. A palavra designer adaptou um novo significado “a adaptação de um produto à produção em série”. “Nossa ambição era resgatar o artista criativo desse outro mundo em que ele está sempre situado, reintegrado ao mundo das realidades cotidianas, ao mesmo tempo ampliando e humanizando a mentalidade rígida e quase exclusivamente material do homem de negócios.”Walter Croius (pg.211-213)
·  FOTOGRAFIA: Foi uma grande revolução. Não eram muitas pessoas que possuíam habilidades artísticas, assim pessoas com esse dote eram privilegiadas e disputadas, mas com o passar do tempo, criou-se uma máquina que poderia ser utilizada por qualquer um. (pg.213)

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